sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Os Oito Trigramas


Continuando nossa matéria sobre a Teoria do Yin Yang, falamos agora sobre os Oito Trigramas, representações gráficas desenvolvidas para complementar o entendimento das fases da natureza e suas inter-relações.

Baseado no conceito da constante mutação, buscou-se um refinamento dos movimentos Yin e Yang e sua evidente interação. Assim como a luz não vive sem a sombra, mas que em compensação essa própria luz pode dominar ou ser dominada pela escuridão, desenvolveu-se uma forma ideográfica de representar a relação.

Os oito trigramas são sequências formadas por três linhas, resultando em combinações de linhas contínuas e quebradas. As linhas contínuas representam o Yang, e as linhas quebradas, o Yin. Suas combinações resultam em representações básicas da natureza:

Figura 4 – Tabela de representação gráfica dos oito trigramas.

- Terra (Kun), o Receptivo: três linhas Yin representam a Terra.
Significam a mãe, a vida, o receptivo, a terra que recebe a energia criativa para dar frutos, disponibilidade, adaptabilidade e referência.
Está associado ao movimento Terra e contém o máximo de energia Yin.

- Montanha (Ken), a Quietude: uma linha Yang no topo de duas linhas Yin representam a Montanha. Significam o filho mais novo, a quietude, a parada, o repouso, rigor e coesão.
Está associado ao movimento Terra e sua imagem representa a terra elevando-se aos céus.

- Água (Kan), o Absimo: Uma linha Yang cercada por duas linhas Yin representam a Água.
Significam o filho do meio, a Lua, a água em movimento, o Abismo, o Perigo.
Associado ao movimento Água, sua imagem representa a água que corre pela terra, pelas rochas e pelos desfiladeiros, daí conotando também o perigo.

- Vento (Sun), a Serenidade: Uma linha Yin de baixo de duas linhas Yang representam o Vento.
Significam a filha mais velha, a serenidade, o vento que penetra todas as frestas e alcança a todos; submissão e interiorização.
Está associado ao movimento Madeira, pois o vento só é perceptível quando dobra suavemente os galhos das árvores.

- Trovão (Chen), o Incitar: Uma linha Yang debaixo de duas linhas Yin representam o Trovão.
Significam o filho mais velho, o incitar, o movimento ascendente, impulsão e mudança de rota.
Está associado ao movimento Madeira, pois a sua imagem é a de uma semente que germina debaixo da terra, representada por duas linhas Yin no topo do trigrama.

- Fogo (Li), a Luminosidade: Uma linha Yin cercada por duas linhas Yang representam o Fogo.
Significam a filha do meio, o Sol, a luz que a todos ilumina, a lucidez.
Está associado ao movimento Fogo, e sua imagem representa o sol que brilha no céu.

- Lago (Tui), a Suavidade: Uma linha Yin sobre duas linhas Yang representam o Lago.
Este trigrama representa a filha mais nova, a alegria e a suavidade, expressividade.
Está associado ao movimento Metal, pois a sua imagem representa um espelho: a linha Yin no topo é a água que reflete o céu, representado pelas duas linhas Yang abaixo. Da mesma forma que um espelho reflete o que existe, seja bom ou ruim, o lago também associa-se ao pântano.

- Céu (Ch’ien), o Criativo: Três linhas Yang representam o Céu.
Este trigrama significa o pai, o criador, o começo da criação, a força, a elevação espiritual.
É o trigrama que contém o máximo de energia Yang. Está associado ao movimento Metal.

Figura 5 - Representação do Yin Yang e os oito trigramas simbolizando a constante mutação da natureza.

O estudo dessa inter-relação entre os elementos da natureza governa não só a Medicina, mas vários outras áreas da cultura Oriental e serve como guia tanto para o diagnóstico de doenças, quanto indicações e previsões para o futuro e inclusive para a elaboração da arquitetura Chinesa, conhecida como Feng-Shui.

Quer saber mais sobre a Medicina Tradicional Chinesa? Acesse:

Acesse também nossa página no Facebook:

Terapêutica Oriental
Rua Itapeva, nro. 80/sala 403
Fones: 51 3276.4199 e 9291.2933
Leia Mais ►

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A Teoria do Yin Yang



Apesar da forte conotação mística que se dá para o Yin Yang (Taiji), a origem deste ideograma tem base na agricultura chinesa e foi desenvolvido a partir do desvendamento das quatro estações e de seu mecanismo de interação com a natureza. Em virtude disso, é necessário voltar a um momento histórico prévio a sua concepção, para então entender sua construção ao longo do tempo.

O sábio Ling Lun, designado pelo Imperador Amarelo para descobrir um sistema de medição que possibilitasse entender o funcionamento dos ciclos da natureza, descobriu que um tipo específico de arroz apresentava características muitos semelhantes entre si e suas safras, garantindo uma padronização nas medidas com ele feitas. Sendo assim, definiu que cada arroz media 1 fen, e que 9 unidades de arroz na vertical ou 10 unidades na horizontal corresponderiam ao mesmo tamanho, denominado 1 cun.

A partir desse sistema, foi possível definir medidas para peso e volume, bem como desenvolver a matemática chinesa e, inclusive, determinar a duração de dias e noites. Com essas novas ferramentas, descobriu-se que os planetas, estrelas e constelações também tinham ciclos, e que a terra tinha quatro direções. Baseado nesse novo conhecimento, os chineses desenvolveram o Gui Biao (Relógio de Sol), que era capaz de contar dias e anos através da sombra projetada pelo instrumento, e partir disso, desenvolveram a Teoria das Quatro Estações: Primavera, Verão, Outono e Inverno.

Inicialmente, existiam duas datas especiais, sendo estas o “Inverno que chega” e o “Verão que chega”. No inverno que chega, um hemisfério é metade luz e a outra metade, escuridão; no verão que chega, as metades se alternam e onde havia luz, haverá escuridão e onde havia escuridão, se banhará com a luz do sol. Nos equinócios, ambos hemisférios estarão ou iluminados, ou escuros.

Figura 1 - Identificação das quatro estações do ano baseada na iluminação dos hemisférios.




Identificando características peculiares em relação às estações intermediárias ao Inverno e Verão, foram então determinadas a Primavera e o Outono, fechando, enfim, o Ciclo das Quatro Estações.

Figura 2 - Ideograma representativo do inverno e verão (verticalmente) e outono e primavera (horizontalmente).

 O dia mais brilhante foi denominado Yang, e a noite mais escura denominada Yin. Buscando então uma denominação para as estações, definiu-se que:

-Tai Yin representaria a grande escuridão, a partir do outono, quando o inverno começa a chegar e a escuridão toma conta;
-Shao Yang representaria o pequeno brilho, depois que o inverno atinge o seu extremo, a luz volta a aumentar até a primavera;
-Tai Yang representaria o grande brilho. Dias mais iluminados, brilhantes, com a permanência do sol por mais tempo. Seria a chegada do verão;
-Shao Yin representaria a pequena escuridão, relacionada aos dias que começam a encurtar-se novamente, anunciando o outono.

Ainda a partir do estudo sobre as estações, foi possível verificar que apesar de bem definidas, as estações mantinham uma relação entre si e poderiam influenciar umas às outras. O verão (Tai Yang) apesar de intenso e brilhante, relacionava-se com um pouco de Yin que crescia (outono, Shao Yin), culminando no seu ápice, o Inverno (Tai Yin). Por outro lado, durante o Inverno, um pouco de Yang já estaria em movimentação (primavera, Shao Yang) e demonstraria seu brilho total no verão.

Essa relação pôde ser constatada ao analisar a sombra projetada pelo Gui Biao, que mostrava que mesmo durante o verão, a sombra do inverno já começava a se expandir e, durante o inverno, o verão começava a inibi-la novamente.

Figura 3 - Gráfico de representação da sombra projetada pelo Gui Biao durante as quatro estações do ano.


 Com base nessas evidências, consolidou-se a teoria Yin Yang e sua representação curva no ideograma. Apesar de Yin representar a escuridão e Yang, o brilho, estava claro que tudo permanecia em constante mutação: nada poderia ser Yin sem a existência do Yang e vice-versa. E nada poderia ser mais Yin ou mais Yang, sem buscar-se uma relação. A água pode ser considerada mais Yang que o gelo; no entanto, esta mesma pode ser considerada Yin, se relacionada com o vapor.

Trata-se de uma movimentação constante, onde um não pode existir sem o outro, e a alternância entre Yin e Yang fornece a energia necessária para que o Universo se sustente.

Quer saber mais sobre a Medicina Tradicional Chinessa? Acesse:

Acesse também os outros posts da Terapêutica Oriental:

Acesse também nossa página no Facebook:

Terapêutica Oriental
Rua Itapeva, nro. 80/sala 403
Fones: 51 8211.9670 e 9291.2933
Leia Mais ►